Botox ou preenchimento com ácido hialurônico? Entenda as diferenças
Não param de surgir novidades em tratamentos dermatológicos para combater o envelhecimento. Aparelhos de última geração, peelings hi-tech, substâncias milagrosas. Porém, em meio a tanta tecnologia, dois tratamentos, aplicados com uma simples seringa, continuam entre os queridinhos de médicos e pacientes. São eles: a toxina botulínica –popularmente chamada de Botox– e o preenchimento com Ácido Hialurônico (AH).
Ambos são conhecidos por sua eficácia em amenizar rugas, prevenir sinais profundos, repor o volume perdido com o tempo, combater flacidez e aumentar os lábios, principalmente. Para esclarecer as principais diferenças entre os dois procedimentos, o UOL Beleza conversou com dois especialistas nessas técnicas de rejuvenescimento: os dermatologistas Marcelo Bellini e Mônica Aribi, ambos de São Paulo, e membros da Sociedade Brasileira e Academia Americana de Dermatologia.
Diferença básica
Por serem injetáveis, a confusão mais frequente é achar que o mecanismo de ação da toxina botulínica e do preenchimento é o mesmo, mas não é. A toxina age paralisando o músculo. Ao evitar essa movimentação, ela impede a contração muscular, que é o que forma a ruga. E para as rugas que já existem, esse relaxamento da musculatura suaviza os vincos. Já a aplicação de AH repõe o volume perdido de determinadas áreas da face e melhora visivelmente o contorno do rosto, atuando, por consequência, na redução da flacidez.
Na prática, é assim que funciona: a toxina botulínica traz naturalidade e um ar descansado ao rosto, amenizando rugas existentes e prevenindo futuras marcas. Já o preenchimento com AH age dando volume à pele.
Em qual área aplicar cada?
A toxina trata rugas entre as sobrancelhas (glabela); linhas ao redor dos olhos (pés de galinha) e da boca; rugas da testa e do queixo; vincos verticais do pescoço e linhas que se formam no colo. Todas as rugas dinâmicas –aquelas que aparecem quando estamos franzindo a testa ou sorrindo– podem ser tratadas com toxina botulínica. Além disso, o Botox tem o poder de levantar a região das sobrancelhas e de diminuir a sobra de pele da pálpebra superior, efeitos que rejuvenescem o olhar. Tudo deve ser feito com muita naturalidade, claro.
Já o ácido hialurônico pode ser aplicado no dorso do nariz para eliminar marquinhas; nas maçãs do rosto, aumentando o tônus e o volume da região; nas rugas em volta da boca e nos cantos da boca; na região da mandíbula e das têmporas; nos lábios, repondo volume e amenizando o aspecto de boca muito fina; e nas áreas de sombra do rosto –abaixo do nariz, nas olheiras, na base da sobrancelha e na área entre a narina e o canto da boca.
Segredo do bom resultado
Como em todo tratamento estético, o segredo do sucesso é o bom senso estético do médico e a cautela na quantidade de produto. Entre os maiores riscos da toxina botulínica, estão o exagero na dosagem e a aplicação em regiões erradas, que pode resultar em pálpebra caída; efeito “máscara”, de congelamento das feições, e em assimetria, isto é, um lado ficar diferente do outro.
Como o ácido hialurônico pode ser aplicado em três densidades –alta, média e baixa–, além de uma análise rigorosa das regiões necessitadas de preenchimento, fazer a escolha certa do tipo de produto é crucial. Por exemplo: um vinco nasogeniano [área entre nariz e boca] muito pronunciado é preenchido com AH de média densidade, mas para a sustentação das bochechas se deve utilizar AH de alta densidade. Outro cuidado importante para manter a naturalidade é aplicar em menores quantidades e em mais sessões, para que o efeito seja gradativo, evitando, assim, o risco de um resultado exagerado.
Prevenção de novos sinais
Neste ponto, os dois procedimentos são bem parecidos. A toxina botulínica tem alto poder preventivo, já que a paralisação muscular que ela provoca impede a contração da região, evitando assim a formação de novas rugas. Já o ácido hialurônico de baixa densidade tem alto poder de hidratar a cútis e estimular o colágeno – dois mecanismos potentes para prevenir sinais da idade.
Médica Cirurgiã Plástica graduada na Universidade Católica de Pelotas/RS – 2001; – Título de Especialista em Cirurgia Geral pelo Hospital Universitário São Francisco de Paula – Pelotas/RS reconhecido pelo MEC, CREMERS e CFM – 2002/2003 / CFM-RQE 19248; Título de Especialista em Cirurgia Plástica Estética e Reparadora – Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS reconhecido pelo MEC, CREMERS, CFM e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica 2005/2008.